quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Brutalidade de Vitória Europeia



Brutalidade de jogo em Madrid.

Sentia falta de uma vitória europeia deste calibre. Ir a Madrid, ao campo deste Atlético de Madrid, e vencer, ainda por cima de remontada, traz outro perfume à nossa equipa.

«Foi uma noite europeia à antiga»

Esta vitória leva-nos ao passado, dá-nos confiança para o presente e esperanças para o futuro.

O que nos diz este jogo no Vicente Calderón?

1. A nossa equipa está mais forte do que parecia.

2. O Rui Vitória começa a encontrar o seu espaço táctico dentro do nosso clube.

3. Voltamos a ter memórias europeias ao nível das de Anfield em 2005-06.

4. Uma vitória em Madrid só nos pode dar confiança para praticamente qualquer desafio que nos apareça nesta Champions. Confiança nas bancadas e principalmente confiança no balneário.

5. As portas dos Oitavos estão escancaradas. Vencer em Madrid é 3 pontos extra. A isto soma-se o empate dos turcos no Cazaquistão e a sua derrota com o Atlético na Turquia.
Com 4 vitórias pela frente basta-nos a vitória no Astana e na recepção ao Galatasaray para fechar o apuramento.

Claro que não chegámos a Madrid e dominámos o Atlético. Eles entraram mais fortes e superiorizaram-se muito após o 1-0. Depois veio a nossa resposta. E que resposta!

Não há palavras para descrever o Nico e o Jonas. São jogadores de excelência e que estão a jogar ao nível dos melhores.
O crescimento da ala direita é maravilhoso. Guedes e o Nélson não tiveram de nascer mais vez nenhuma, somente tiveram de poder crescer.
A dupla do meio-campo está encontrada. Não brilha mas permite brilhar. O Talisca ali não tem lugar, o Pizzi passa a ser alternativa (principalmente ao Guedes) e o Fejsa é uma alternativa fortíssima.
O Júlio César é uma enormidade na baliza do Benfica. Se o Nico e o Jonas decidem à frente, o Júlio decide lá atrás.
O que de menos positivo tiro do jogo de ontem é o nervosismo da equipa depois do golo sofrido e uma menor capacidade defensiva. Alguma coisa está ali a falhar. Não se pode permitir tanta troca de bola no nosso terço do terreno nem tantas oportunidades de finalização.
Será pela inexperiência defensiva do Semedo? Pela menor qualidade do Jardel e do Eliseu? Pelas rotinas por trabalhar entre o Samaris e o Almeida? Pelo momento “primeira metade da época 2013-14” do Luisão?
As rotinas trabalham-se, a inexperiência diminui com os jogos, o Luisão irá reencontrar o seu melhor momento… O que sobra é a mais que repetida necessidade de reforçar a posição do Jardel (Lisandro?) e a do Eliseu.

Esta vitória é maravilhosa mas não é borracha. Não se apagaram as exibições e derrotas na Supertaça e Aveiro, nem a derrota e segunda parte no Dragão e nem as exibições na Luz com o Estoril e Moreirense. Aliás, a pobreza exibicional da equipa até ao 2-0 com o Paços não pode nunca ser esquecida.

A maravilha que é esta vitória tem de funcionar como catalisadora de uma correcção do que tem falhado, como incentivo emocional para se evoluir nos próximos jogos.

Vem aí uma deslocação à Madeira e contra o recém-promovido União. O Benfica tem obrigação de vencer e o Rui Vitória tem de nos mostrar um futebol colectivo com fio de jogo e recheado de ideias, não pode ser mais uma vitória às custas do excepcional Jonáitan.

Ps: Quanto maravilhoso foi ver o Glorioso de branco em mais uma noite europeia memorável? Quase apetece arriscar dizer que de preto e rosa tudo seria diferente.

2 comentários:

alexalves76 disse...

Tudo muito bonito, tirando a perseguição ao Jardel (e Eliseu). O Jardel esteve fantástico mas são opiniões.

Anónimo disse...

alexalver76,

Não há qualquer perseguição ao Jardel. Há sim uma opinião coerente sobre a sua qualidade. Nunca tive qualquer problema em elogiar as qualidades do jogador nem em sublinhar os seus bons jogos.

Não vê no texto qualquer apontamento negativo sobre a exibição individual do Jardel neste jogo.

Penso que há um comum erro de análise ao trabalho das defesas neste país. E que batalha eu não tive (em várias discussões)sobre a falta de qualidade do Bruno Alves enquanto central. A análise ao trabalho de um defesa central deve ser muito focada nos momentos em que ele não aparece e menos focada nos momentos em que ele aparece. O problema não é os cortes que um defesa faz mas sim os que não faz.

A este nível já não se pode considerar um Bom Central aquele que fez 2 ou 3 grandes cortes nem se pode considerar um Mau Central aquele que teve 2 ou 3 grandes falhanços. A este nível grandes falhanços já não são ponto de medição e a este nível grandes cortes são a obrigação.

A questão está no posicionamento defensivo, na leitura das jogadas, na antecipação. Num lance um central não está mal só porque passou mal a bola ou porque falhou o corte ou porque foi fintado. É preciso a analisar a sua participação no lance e são várias as vezes em que as fraquezas do Jardel são demonstradas por não ter participação em lances nos quais teria de ter, daí não ter falhado o corte mas sim o posicionamento e leitura defensiva do jogo.

Quantas vezes ouvi dizer que o Bruno Alves era um central de topo.. tudo porque marcava livres e porque saltava muito algo e porque era muito forte... mas isso não torna um jogador num grande central. O Bruno Alves estava constantemente perdido em campo, estava sempre alheado das marcações na zona defensiva. Quantos golos Portugal sofreu nos quais o Bruno Alves estava completamente mal posicionado em campo.. mas as culpas não lhe eram apontadas exactamente porque nas repetições dos lances ele não aparecia a falhar. Ele já tinha falhado antes!

Mas deixo só a nota que o Jardel é superior ao Bruno Alves. É um bom central para o nosso campeonato.