terça-feira, 5 de maio de 2015

Futebol Carioca a Três Cores



Chegados ao momento de (quase) todas das decisões no mundo do Futebol, tenho de admitir que esta época andei um pouco afastado do desenvolvimento dos campeonatos que não o português.

Mas o Futebol não é só Europa e este ano, principalmente no último mês, decidi acompanhar o Campeonato Carioca, mais especificamente os jogos do Fluminense.

Deu para tudo. Desde um grande Fred a um gordo Walter, desde magia dos miúdos à imaturidade do momento defensivo, desde um Cavalieri a defender penalties a um mesmo Cavalieri a bater um pontapé de baliza na marca da grande penalidade, desde grandes jogos contra os melhores a jogos sem alma contra equipas de terceira divisão. Pelo meio também deu para uma chicotada psicológica com a saída do técnico Cristóvão Borges e a entrada do Ricardo Drubscky.

O Fluminense terminou o Brasileirão em 6º, fora dos lugares para a Libertadores e já com evidentes carências na sua equipa, tanto individual como colectivamente. Renovou a equipa com miúdos do Xerém (o Seixal Tricolor) e começou um longo caminho de renovação e evolução até ao arranque de um novo Brasileirão. Nesse caminho disputou o Carioca, com expectativas baixas e uma equipa claramente frágil.

O Carioca é disputado em duas fases. Na primeira fase as 15 equipas disputam uma liga de só uma volta. Nessa fase define-se o G4, o vencedor da Taça Guanabara, o vencedor da Taça Rio e o vencedor do torneio Super Clássico.

Na última jornada desta primeira fase, o Fluminense foi a Volta Redonda disputar um lugar no G4 com o Madureira. Só a vitória interessava ao Flu e esta chegou já perto do apito final.
Este jogo foi um reflexo de participação do Flu nesta fase do Carioca: uma equipa só com capacidade de cumprir os requisitos mínimos, defensivamente amadora, forte na chegada à área e muito desequilibrada entre os sectores defensivo e ofensivo. O Fluminense é uma equipa que gosta e sabe transportar a bola mas é também uma equipa demasiadamente desorganizada quando não tem bola.

Neste jogo a equipa jogou pouco, colectivamente foi superada por uma equipa da terceira divisão brasileira mas acabou por conseguir a vitória porque obviamente tem melhores individualidades.

É impensável ver uma equipa que está à frente do marcador perto do final de um jogo decisivo, sofrer contra ataques em inferioridade numérica de 2 para 4. É impensável mas recorrente neste Flu. 

A troca de treinador trouxe pouco à equipa mas o suficiente para um boost na motivação para as últimas jornadas. Notou-se mais vontade e união entre os jogadores e também uma melhoria na construção ofensiva. Contudo o momento defensivo foi um desastre, principalmente devido a uma defesa em linha muito mal coordenada.
O Fluminense apresentou pouca qualidade na gestão dos tempos de jogo e pouca capacidade defensiva entre os seus jogadores. A equipa defende no máximo com 5 jogadores, os laterais são muito ofensivos, os extremos não recuam e os médios têm qualidade com a bola mas são permeáveis sem ele e pecam na leitura e equilíbrios defensivos.


Acredito que com muito trabalho e alguns reforços o Flu possa tornar-se devidamente competitivo para o Brasileirão que está prestes a começar. Tem bons jogadores e boas bases.

O Fred foi o artilheiro do Carioca e é o líder da equipa.
O Cavalieri foi dos melhores do Flu e sozinho conseguiu evitar maiores descalabros defensivos da equipa. Não tem dado qualquer hipótese a Júlio César, antigo guarda-redes do Benfica.
Tanto o Gum como o Henrique são bons centrais, o que comprova que os problemas defensivos são nos processos e não tanto na qualidade dos defesas.

Wellington Silva é dos melhores e mais maduros jogadores do Flu. Este lateral direito peca no posicionamento defensivo mas compensa com garra e muita e boa profundidade ofensiva.
O Edson e o Jean são os dois médios mais recuados. Ambos com qualidade com bola e menor qualidade sem ela. O Wagner, com menos utilização, também traz qualidade com bola à equipa.
O Vinícius aparece na segunda linha das opções para as posições mais ofensivas. Entrou sempre bem e a conseguir trazer qualidade à equipa.
O Kenedy e o Gerson, miúdos do Xerém, foram talvez o principal foco do Flu no Carioca e são a maior esperança para o Brasileirão. Com 19 e 17 anos, respectivamente, têm feito as delícias tricolores no ataque do Flu.


Esta primeira fase terminou com:
 
Vencedor Taça Guanabara: Botafogo, ao ficar em primeiro lugar nesta liga. Apesar da despromoção no Brasileirão, o Botafogo apareceu muito forte no Carioca.
 

Vencedor Taça Rio: Madureira, ao ser o melhor classificado na liga, excluindo os 4 grandes do Rio (Vasco, Botafogo, Flamengo e Fluminense).

Vencedor Torneio Super Clássico: Flamengo, ao ter a melhor prestação nos jogos entre os 4 grandes do Rio.

G4: Botafogo, Flamengo, Vasco e por fim o Fluminense.

A segunda fase do Carioca é composta por um torneio a eliminar entre as equipas do G4, com meias-finais e final disputadas a duas mãos.

O Vasco eliminou o Flamengo numa das meias-finais.
Na outra o Botafogo eliminou o Fluminense no desempate por grandes penalidades. O Flu ganhou 2-1 na primeira-mão mas perdeu pelo mesmo resultado na segunda. A incapacidade da equipa tricolor ficou patente ao não saber tirar proveito da paupérrima condição física dos jogadores do Botafogo após terem jogado para a Taça do Brasil a meio da semana. Aos 30 minutos a equipa do Botafogo rebentou fisicamente, fez a segunda parte com 2 ou 3 jogadores a coxear e terminou o jogo com meia equipa quase sem capacidade para andar.
Nos penalties foi necessário chegar aos guarda-redes. O Renan, suplente do ausente Jefferson, foi o herói da noite. Depois de ver o Cavalieri rematar para as nuvens, deu a vitória ao Botafogo com um penalty simples para o canto inferior da baliza.


Neste último Domingo o Vasco sagrou-se campeão do Carioca, título que lhe escapava há 12 anos. Esta consagração foi conseguida após vitórias em ambas as mãos da final.

Sintetizando: 

1ºVasco – Campeão Carioca
2ºBotafogo – Campeão Guanabara
3ºFlamengo – Vencedor do Torneio Super Clássico
4ºFluminense
5ºMadureira – Vencedor da Taça Rio

O Flu conseguiu os mínimos neste Carioca. Ainda deu para sonhar mas tem muito para evoluir se não quiser passar o Brasileirão a lutar pela permanência e principalmente se quiser um lugar na Libertadores e lutar pelo título de campeão brasileiro.
A qualidade que a equipa perdeu com a saída do Conca pode ser recuperada na juventude do Xerém.

Esperar para ver.

5 comentários:

Anónimo disse...

hein wtf?
entao e o benfica

rorro9 disse...

O melhor futebol da primeira fase dos estaduais e da fase de grupos da libertadores foi do corinthians. Depois baixaram de produção quando o Guerrero (a grande referência no ataque) apanhou dengue e ficou de fora dos jogos decisivos do campeonato paulista.
Se voltarem ao nível que mostraram há 1 mês atrás são os grandes candidatos ao Brasileirão e à Libertadores

Anónimo disse...

Anónimo das 15:27,

O que tem o Benfica?

Anónimo disse...

rorro9,

Acredito que sim mas isto no futebol brasileiro é tudo muito inconstante.
Penso que só quando começar o brasileirão é que se vai perceber quem vai lutar pelo quê.

Anónimo disse...

o gaitan e o melhor jogador. o jonas vai acabar como goleador mor. nao ha zagueiros como luisao e jardel. melhor goleiro imperardor julio cesar. que se f**a o brasileirao sou do benfica.